As minhas corridas na estrada

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

UTAX 2017 (110km) - Eu e o filhadamãe do trilho.

Cinco anos depois voltei à serra que acolheu a minha primeira aventura no trail. Desde então já fiz uma mão cheia de provas na Lousã. Duas vezes o TSL, outras duas os Abutres e ainda o Louzantrail. Mas faltava-me uma: a rainha. Uma das mais antigas em Portugal, a prova que explora a fundo a mítica Serra da Lousã, sem dúvida uma das melhores, mais agrestes e inacessíveis Serras para a corrida de montanha. Depois de um encontro adiado em 2015, este foi o ano em que finalmente enfrentei os 110km do Ultra Trail Aldeias do Xisto.


Três meses e meio depois da Andorra Mitic, parti para a minha terceira aventura de 3 dígitos de 2017. Foram 3 meses a treinar bem, talvez como nunca tinha treinado. À quilometragem e desnível que já fazia juntei duas sessões semanais de ginásio, o que sem dúvida me tem ajudado. Sentia-me bem, em forma, pelo que na sexta feira estava surpreendentemente calmo e confiante, tendo em conta a enormidade que ia enfrentar. À primeira vista seria a mais acessível das 3 deste ano. 110km com 5300+, quando a Mitic na mesma distancia tinha 10000D+ e o MIUT 7200

Mas foi só mesmo à primeira vista... Se eu precisava de um exemplo que nem sempre os números dizem tudo de uma prova, a Lousã tratou de mo dar. Não, nem foi bem isso. A Lousã tratou de me meter dentro de uma máquina de lavar roupa, ligou a centrifugação, deixou-me lá 20 horas e no fim deu-me um chuto no rabo e deixou-me estendido no chão!


A previsão era de chuva desde a meia noite até às 6 da manhã, mas às 23:59 o tempo estava perfeito. Fresco QB e sem chuva. Parti com uma tshirt térmica e manguitos, mas depois do que aconteceu em Andorra não facilitei e meti na mala material para o pior cenário. 

À meia noite em ponto deu-se inicio ao punk rock. A sério, literalmente! Blitzkrieg Bop a bombar bem alto, os power chords do Johnny Ramone, que ecoaram na minha cabeça horas e horas durante aquela noite, trataram de electrificar ainda mais os 321 que se preparavam para atacar de relâmpago os trilhos da Serra! Bora!

HEY, HO, LET'S GO!!


Ok, ok.. O ataque não foi bem um blitzkrieg. Na verdade aos 4km já estávamos engarrafados na entrada dos trilhos, e, convenhamos, o melhor é ir com calminha não vá a marreta dar de si. Por isso, Joey, se não te importas, LET'S GO mas com cabecinha.

Digam lá, já estavam com saudades dos meus gráficos feitos no paint.
Uma coisa engraçada nesta prova é que já conhecia praticamente todos os sítios onde passámos, pelas diferentes provas e treinos que lá fiz. Esta parte inicial, com saída da Lousã, passa por alguns dos meus trilhos preferidos da Serra, incluindo a passagem pelo castelo da Lousã e a famosa levada com quase dois quilómetros que nos mete a correr numa varanda de 50cm de largura com um precipício do lado esquerdo. 

Para quem ainda não sabia ao que ia (não deviam ser muitos), estes primeiros 17km mostraram bem o que esperar. Na Lousã raramente as subidas são constantes. Primeiro porque os trilhos são quase sempre muito técnicos, com muitas pedras, paus, raízes e pontes que obrigam a todo o tipo de movimentos, a inclinação nunca é constante, depois há as passagens por aldeias com muitas escadas e em cima disso tudo são quase sempre intercaladas com dezenas de pequenas descidas. 

Candal, foto do Miguel Cadalso
A chegada a Cerdeira, local do primeiro abastecimento foi aos 10km. O tempo mantinha-se surpreendentemente seco e frio, o que era excelente. Já não tinha os manguitos e comecei a alimentar a esperança de afinal a noite ser seca. Seguia-se uma pequena subida até ao ponto mais alto desta primeira fase, nos 900m. O abastecimento.... bem, vou guardar a opinião sobre os abastecimentos lá mais para a frente, para não me começarem já a bater.

Foi ali naquele planalto antes da grande descida, enquanto seguia a bom ritmo num excelente grupo, que começou finalmente a chover. Eram duas e meia da manhã, não pararia até às 7:30, ao nascer do dia. Bom, ninguém esperava que fosse fácil.

Até Povorais, 2º abastecimento
E que boa altura para começar a chover! Provavelmente a descida mais difícil da prova. Super inclinada e técnica. Apoiei-me nos bastões de maneira a poupar ao máximo os quadriceps do esforço de amparar os meus 70 e tal kilos em movimento. Resisti a vestir o impermeável até ao fim da descida, até que cruzámos um ribeiro no fundo de um vale apertado. Parei para o vestir e comer um gel. A chuva entretanto começara a cair forte e a temperatura baixara muito. 

Confesso que não me lembro muito bem do caminho até Povorais. Como sempre na Lousã, nunca sei muito bem se estou predominantemente a subir ou descer, e com a chuva a sensação de estar a ser centrifugado ainda é maior. A chuva pesada e o vapor da respiração impedem que veja muito mais que 2 metros à frente, por isso concentro-me unicamente em progredir da maneira mais eficaz possível. Entretanto tinha passado uma hora desde que meti o gel no vale, está na hora de comer. Olho para o relógio e estou em cima dos 9km anunciados para a distancia entre abastecimentos. Não devia tardar, decidi adiar a comida até ao abastecimento. Mas tardou. Quase 3km. A subir, o que significa uns bons 40 minutos. Lá chegou o abastecimento e ..... bom, falo disso lá mais à frente.

Povorais - Castanheira de Pera
Esta foi a altura mais difícil da prova. A chuva continua incessante e a temperatura baixa muito com a altitude. Felizmente esta fase final da subida era fácil, toda em estradão, o que deu para meter um ritmo muito constante e recuperar um pouco do esforço. A única dificuldade neste ataque ao ponto mais alto da prova foi o trânsito automóvel. Passaram uns 10 carros a subir e descer o estradão. Às 5 da manhã. A chover. No topo da Serra. Era uma festa lá em cima, acho eu. Sim, vamos dizer que era uma festa.

Seguia-se a looonga descida até Castanheira de Pera, 11km onde se perdem quase 700 metros de desnível. Lembrava-me bem dela da TSL que fiz há dois anos. Uma primeira fase muito técnica e trabalhosa depois maioritariamente estradões até lá abaixo. 

A entrada no vale de Castanheira de Pera coincidiu com o nascer do dia e com ele começou o festival Miguel Cadalso. Devem lembrar-se dele de outros posts aqui do blog, é o fotografo oficial do Quarenta e Dois. Ele é que ainda não sabe.




Os estradões e longos trilhos bons de correr embalam-nos num trote até à Praia das Rocas, local do terceiro abastecimento, em Castanheira de Pera. Os quilómetros feitos em passo de corrida desgastaram bastante o corpo e, como já aconteceu noutras provas, o nascer do dia tem um efeito negativo em mim, pelo que chego ao abastecimento um bocado abatido e desmoralizado. Entro e preparo-me para comer bem, para ganhar algum alento, mas..... enfim, falamos disso mais lá à frente.

Castanheira - Talasnal (Base de Vida)
O vale de Castanheira de Pera foi o único sítio devastado pelos incêndios por onde passámos. Foi impressionante. Já tinha feito esta subida no TSL há dois anos, lembrava-me bem de andar embrenhado numa floresta por um trilho que serpenteava entre as árvores. Agora a encosta estava completamente despida de árvores, mas por todo o lado despontavam da terra preta pequenos pontos verdes. O incêndio, o catastrófico incêndio de Pedrogão, já foi em Junho, entretanto a natureza estava a encontrar o seu caminho. Paisagens verdadeiramente surreais. 



Impressionante.
A subida foi, finalmente, ao meu jeito! Quase 600 metros de desnível positivo num trilho muito constante. Serviu para recuperar fisicamente mas principalmente voltei a ganhar ânimo. Lá em cima, no planalto, seguimos por estradões que puxavam à corrida e eu respondia-lhes. Enquanto houvesse pernas assim seria! 

A chuva entretanto tinha parado e o sol de vez em quando lá aparecia entre as nuvens. Não podia pedir condições mais perfeitas para fazer a descida até o Talasnal, é provavelmente dos melhores trilhos da Serra. Com poucas pedras e raízes, quase sempre coberto de folhas castanhas e ouriços dos castanheiros. É como se corrêssemos em cima de um colchão que serpenteia pela encosta abaixo. Estou convencido que é humanamente impossível não correr ali, mesmo que estejamos rebentados! O abastecimento do Talasnal, base de vida, está muito perto. Com ele a perspectiva de mudar para roupa seca e comer finalmente alguma coisa quentinha! Finalmente a coisa estava a encarrilhar.
A sério, tentem não correr aqui
Olha eu a chegar ao Talasnal! Desta vez a (muito boa) foto é da Patrícia Povoa.
O abastecimento do Talasnal é, como quase todos os outros, bem apertado e abafado, mas lá encontro uma cadeira e começo de volta dos meus afazeres. Depois do fiasco das bases de vida do MIUT e Mitic não queria falhar em nada desta vez. Percorri mentalmente a lista de tarefas e executei-as eficazmente sem perder muito tempo. Depois dos pés limpos com uma toalha, meias lavadas, tshirt e manguitos novos, relógio a carregar, reabastecidos os geis e barras para a segunda metade, power bank com cabo para carregar o frontal, casacos e equipamento para o frio na mala, lá me sentei a beber o litro de Compal de pêra que tinha levado no saco da muda. Uma dica do campeão Luiz Mota que aconselho vivamente, soube espectacularmente bem! Viro-me para uma pessoa da organização e pergunto pela comida quente, pelo que ela me responde....... bem, falamos disso depois.

Mochila às costas, saco fechado e siga!

Talasnal - Miranda do Corvo
Despeço-me da muita gente conhecida que está no abastecimento e saio bem disposto. Assim que meto um pé fora da casa vejo que o que se segue é uma descida um bocado técnica. Preparo-me para pegar nos bastões e...ups, ficaram lá. 

Volto para trás, envergonhado, pego nos bastões e meto-me a caminho.

Vou a sentir-me super bem, pernas leves e com muito ânimo. Desço as escadas do Talasnal em passo de corrida sem grande esforço e entro num trilho em bom ritmo. Lembro-me de olhar para o perfil que está no dorsal para ver o menu que se segue. Ora deixa lá ver o dorsal..ora o dorsal está...o dorsal....? O DORSAL!! 

Merda. Ficou no abastecimento! Filhadamãe. Toca de subir tudo até lá acima e com cara podre ir buscar o porta dorsal. Como disse o Bruno Ribeiro quando me viu a voltar para trás "tudo só para ter mais umas linhas para escrever!".

Saída do Talasnal. Esta parte fiz duas vezes a descer e uma a subir! Lucky me!!
Estávamos agora a encaminhar-nos para o vale de Miranda do Corvo, numa subida que nos levaria até ao Observatório. Foi a fase com mais estradões da prova, incluindo um longo e plano que nos obrigou a correr uns 5km. Antes de chegar a esse planalto, enquanto fazíamos uma outra subida em estradão, perguntei a um fotografo se o observatório era já lá em cima, ao que ele respondeu "o observatório?? oh amigo, ainda falta muito, MUUUUITO!!! Uuui, é tão longe!!!". E pronto, foi neste preciso momento que encontrei a única pessoa do mundo inteiro que à pergunta "ainda falta muito?" não responde com "é já ali!" ahahah.

Fim do estradão, mesmo a chegar ao Observatório. Viemos daquele lá ao fundo. Este da frente é o famoso Cadalso!
Cheguei ao abastecimento do Observatório bastante bem. É verdade, os estradões são chatos, mas se forem bem enfrentados são excelentes para recuperar energia, principalmente a subir. 

Lá em cima comecei a fazer contas de cabeça ao que faltava. Descer até Miranda e subir pelo outro lado do vale até Gondramaz. Ok, basicamente falta o percurso dos Abutres feito em sentido contrário e depois descer até à Lousã!

A descida é quase toda ela boa de correr, mas de vez em quando lá vamos passando por trilhos super técnicos que iam lentamente destruindo o corpo. A meio ainda passamos pelo abastecimento de Vila Nova. Este, para variar, num espaço bastante amplo. Como sempre, a descida é intercalada com pequenas e inclinadas subidas. Provavelmente não está a transparecer neste relato, basicamente porque ainda não rebentei, mas este tipo de percurso é terrível e está a ser duríssimo. Tanto passamos 5km a correr num estradão como entramos numa secção técnica em que progredimos com dificuldade ao ritmo de 20'/km. Sinto-me bem a nível muscular, mas as articulações começam seriamente a queixar-se do muito difícil terreno e brutal leque de solicitações. 

A chegada ao ponto mais baixo, em Miranda, acontece aos 90km. Faltam 20km, 10 até Gondramaz e depois a descida final. Nunca nesta prova pus em causa que chegaria ao fim, mas nem aqui, em Miranda, consegui pensar que já estava. Como a prova não tinha grandes descidas ou subidas organizei-a por etapas entre os abastecimentos. Sabia que me faltava pelo menos uma etapa muito difícil, a subida até Gondramaz.

Miranda do Corvo - Gondramaz
Este segmento é literalmente a parte final dos Abutres em sentido contrário. Foi engraçado os sentimentos contraditórios que tive nesta subida. Lembrava-me praticamente de tudo dos Abutres. Começa super técnico em Gondramaz e vai diminuindo de dificuldade à medida que chegamos a Miranda. Lembro-me do sentimento de alívio quando pisei o alcatrão de Miranda, mas desta vez ia em sentido contrário, perfeitamente consciente que ia enfrentar a parte mais difícil de toda a prova.

Estava muito moído, mas ainda me sentia com pernas, por isso corri toda a parte inicial de estrada e estradão, enquanto o nível de dificuldade ia subindo. E como previsto, ela foi aumentando. Gradualmente fomos entrando em trilhos mais e mais difíceis. Rochas, lama, correntes e cordas. A progressão era lentíssima, parecia que nunca saímos do mesmo sitio. Subíamos 50 metros, descíamos 20. Vezes sem conta. Sempre a pique, sempre difícil! A cota parecia não subir, até que finalmente chegámos à parede final, que nos levaria 200 metros acima, até Gondramaz. Lá de cima ouvi o João Rita a chamar por mim, companheiro do Grupo Desportivo da Parreira. Estava a chegar a casa. Gondramaz mais uma vez foi a nossa base e lá em cima estava toda a família da Parreira e Almeirim. Nem dei pela subida. Sentei-me à porta da nossa Casinha do México a comer uma sopa quentinha. Não era do abastecimento, era mesmo nossa...

Não me canso de elogiar esta casa. Procurem no Facebook - Casinha do México.
Eram 18:20 quando acabei de comer. O sol ainda brilhava mas a noite não tardava por isso aproveitei para meter o frontal e os manguitos.

Gondramaz - Lousã
Praticamente todos os quilómetros que percorri em grandes ultras foram sozinhos. Não gosto muito de me colar por duas razões: se estou mais lento não gosto de forçar para conseguir acompanhar nem que os outros esperem por  mim e se vou mais rápido não gosto de abrandar para esperar. Mas em Gondramaz saiu-me a sorte grande. Já há alguns quilómetros que passava e era passado por um grupo de 3 vimaranenses, íamos com andamentos muito parecidos. Decidi ali que seguiria com eles até ao fim e foi a melhor decisão que tomei, custou muito menos! 

Foi juntos que enfrentámos mais uma dose de trilhos super técnicos a sair de Gondramaz. Juntos entrámos na segunda noite e junto iniciámos a grande descida de 7km até à Lousã. Cruzámos a meta os 4, 20 horas e 38 minutos depois de termos partido da Lousã. 

Infelizmente ainda não achei uma fotografia com os 4.
Foi assim a história da minha 9ª aventura de 3 dígitos. Eu sei, o relato não foi grande coisa. Na verdade a minha corrida também foi um bocado sem história. Nunca rebentei, nem me senti perto disso, mas também nunca andei tão leve e solto como achava que andaria. Antes de começar apontei para entre as 20 e 21 horas, o que seria uma prova a correr bem. Secretamente tinha a esperança de baixar das 20 horas, porque me sentia muito bem nas semanas que antecederam a prova, mas infelizmente não se confirmou. Não me interpretem mal, foi provavelmente a prova de 3 dígitos mais sólida que já fiz, mas... não sei, esperava mais. A Sara e os miúdos não me puderam acompanhar, depois de estar tudo combinado há muito tempo, acho que isso contribuiu para que no fundo tivesse passado 20 horas a ver se despachava aquilo.

Quanto ao percurso, organização e abastecimentos... bom, acho que tenho que dizer qualquer coisa. 

Primeiro, o percurso. Como disse lá atrás, reconheci praticamente todos os sítios onde passámos, a UTAX agrega todos os trilhos da Lousã. Sinceramente, acho que uma prova de 50km é mais equilibrada nesta Serra, fiquei com a sensação que houve um certo enchimento de chouriço para chegar aos 110km. Quanto ao tipo de percurso, como perceberam, não é de todo onde me sinto melhor. Prefiro subidas e descidas muito longas, quilómetros verticais e alta montanha. Mas percebo perfeitamente que haja quem prefira este tipo de percurso. Reforço, é só a minha opinião. Gostei de fazer as provas de 50km nestes caminhos, adorei os TSL e os Abutres que fiz, mas desta vez, a certa altura, já só queria sair dali. 

E agora, os abastecimentos. Prometi a mim mesmo que nunca mais falaria de abastecimento, depois da tareia que levei no relato do Louzantrail. Mas desta vez queria dizer alguma coisa. Eu sei que assim que lerem isto vão aparecer os mauzões do costume a dizer que os abastecimentos podiam ser só casca de pinheiro e água da chuva, mas para mim há mínimos a cumprir. Por exemplo, não acho normal que numa prova de 110km só haja comida quente em dois abastecimentos, um aos 34 e outro aos 98km, nem na base de vida havia!. Não acho normal que haja um desequilibro tão grande entre salgados e doces, via tortas danecake, chocolate, gomas e biscoitos em todos, mas salgados praticamente não vi. Não acho normal que a informação de distancia entre abastecimentos tenha sido erradas tantas vezes, e isto para mim é o pior. Aprendi com o tempo a não estar dependente dos abastecimentos, porque nem sempre são ao nosso gosto, por isso parto sempre com comida para ser auto suficiente e foi isso que aconteceu. Nunca comi tantos geis numa prova. Quando percebi o que enfrentava passei a comer um gel ou barra de hora a hora, certinho, se apanhasse um abastecimento 10 minutos depois não interessava. 

Enfim. Detesto acabar neste tom negativo, por isso deixo-vos uma ultima foto do Cadalso. Eu nunca fui ao pé dele, quando passei neste ponto ia sozinho. Juro que pensei "epah, que espetáculo. Só espero que o Cadalso tire uma foto disto, tem que entrar no post!" E, adivinhem, o Cadalso tirou :)

As encostas queimadas de Castanheira, pontuadas de verde. A vida vence sempre!